A gravadora Elenco, criada em 1963 por Aloysio de Oliveira, foi a primeira no Brasil a se preocupar com o conceito gráfico das capas de seus discos. Mais do que isso, ela criou uma identidade visual única para seus lançamentos, cortesia do designer César Vilella, com ajuda do fotógrafo Chico Pereira. Digo “cortesia” porque foi isso mesmo: Vilella só ganhou dinheiro com as capas que fez para a Elenco quando os discos foram reeditados em CD, cerca de 40 anos depois. Pena, porque estas capas são um grande patrimônio do design brasileiro, a ponto de terem se tornado a cara da bossa nova, especialidade do selo. As artes eram concebidas e impressas em duas cores justamente porque Aloysio não tinha dinheiro para fazê-las em quatro. Foi essa pindaíba, aliada ao bom gosto e classe das criações de César Vilella, que gerou esse conjunto de obras-primas do design, com muito branco, algum preto e um toque de vermelho. Numa época em que as capas de disco eram coloridas demais, poluídas e sem conceito, os discos da Elenco eram reconhecíveis a metros de distância. As primeiras capas foram feitas pelo próprio Vilella, por amizade a Aloysio e amor ao ofício; depois entraram em cena outros designers que apenas seguiram o caminho traçado por ele. Mesmo amarelados pelo tempo, os LPs originais são disputados a tapa por colecionadores de discos e design.
Elenco première, coletânea, 1963
Maysa, 1963
Antonio Carlos Jobim, 1963
Baden Powell Swings with Jimmy Pratt, 1963
Lúcio Alves – Balançamba, 1963
Nara Leão, Nara, 1963
Sérgio Ricardo, Um senhor talento, 1963
Sylvia Telles, Bossa, Balanço, Balada, 1963
Vinícius de Moraes e Odette Lara, 1963
A bossa nova de Robeto Menescal, 1963
Baden Powell, À Vontade, 1964
Lennie Dale e Bossa Três, Um show de bossa, 1964
A nova bossa nova de Roberto Menescal e seu Conjunto, 1964
Sylvia Telles, Lúcio Alves, Roberto Menescal e seu Conjunto, Bossa Session, 1964
Lennie Dale e o Sambalanço Trio, 1965
Nana Caymmi, Nana, 1965
MPB-4, 1966
Roberto Menescal e seu conjunto, Surfboard, 1966
A terceira dimensão de Lennie Dale com o trio 3-D, 1967
muito interessante
um conceito que não notei em outros selos de música!
Gente, assim da ate vontade de comprar os cds somente pelas capas!
=D
Linnnnnnnnndooooooo!!!
A mais bela associação de bom gosto e qualidade da mpb!
No livro CHEGA DE SAUDADE, Ruy Castro cita essas capas de disco da Elenco. Ótimo encontrá-las por aqui, esse site é de utilidade pública!
Surf boarding-Capa – Rubens Richter- Foto Francisco Pereira
[…] Brasilidades – Depois de renegar raízes e revolucionar com o espírito rock’n’roll é sempre bom voltar atrás e perceber que suas melhores referencias estavam ali, bem do seu lado. Fuçando nos vinis da minha mãe acabei me deparando com a incríveis capas do designer César Vilella para a gravadora Elenco. Vale a pena degustar até o caroço dessa referência. Repare que a capa do disco “Maysa” de 1963 foi recentemente referenciada em uma minissérie da TV Globo. Vale ressaltar também o trabalho de cores que mantém a identidade das capas do selo e a tipografia primorosa do disco da Nara Leão Leia mais […]
[…] Brasilidades – Depois de renegar raízes e revolucionar com o espírito rock’n’roll é sempre bom voltar atrás e perceber que suas melhores referencias estavam ali, bem do seu lado. Fuçando nos vinis da minha mãe acabei me deparando com a incríveis capas do designer César Vilella para a gravadora Elenco. Vale a pena degustar até o caroço dessa referência. Repare que a capa do disco “Maysa” de 1963 foi recentemente referenciada em uma minissérie da TV Globo. Vale ressaltar também o trabalho de cores que mantém a identidade das capas do selo e a tipografia primorosa do disco da Nara Leão Leia mais […]
Por onde anda os novos capítulos da Bossa Nova…???
È bom saber que existem pessoas competentes,verdadeiros gênios que ajudaram a criar este movimento chamado Bossa Nova que ganhou o mundo e que permanece vivo.
Esta é uma forma de reconhecimento da dedicação e amor ao trabalho de pessoas que deixam sua marca, e para provar mais uma vez que temos gente muito competente neste pais, que raramente são reconhecidas.
Agradeço por este legado, que fez valer a pena ter participado desta época.
Fabio
CÉSAR VILELLA É UM CRAQUE! ELE INAUGUROU NA ÉRA DAS GRANDES GRAVADORAS UM CONCEITO DE ARTE COM UMA CARA QUE IDENTIFICASSE OS PRODUTOS DE UM SÊLO COMO FOI A “ELENCO”QUE
FICOU CONHECIDA PELO BOM GOSTO DE SEUS PRODUTOS ARTISTICOS
SEJA PELA MÚSICA OU PELAS SUAS CAPAS. MENESCAL
The wave sucks cuz i used it to prevent peimlps (cuz i didnt have any) and after the first time i used it the next morning i had peimlps EVERYWHERE i used the wave and now i still get peimlps all the time although their getting better cuz of the stuff i use :3 but overall the wave sucks!
Excelente postagem… porém, se me permitir, gostaria de fazer um reparo: amigo, faltaram as contracapas e os selos que são tão ou mais importantes devido aos textos e informações que muito enriqueceriam a cultura brasileira.
Its like you read my mind! You appear to know a lot about this, like you wrote the book in it or sehotming. I think that you could do with some pics to drive the message home a little bit, but other than that, this is magnificent blog. A fantastic read. I will certainly be back.
Elenco era o tipo de selo que o sujeito entrava numa loja de discos e perguntava se haviam lançado algo. Em caso afirmativo nem pedia para ouvir as faixas , simplesmente comprava e ia ouvir em casa. Sem a menor sombra de dúvida , porque sabiam o bom gosto da procedência.
Na escola , no começo dos anos 1970 , ganhei primeiro lugar com um desenho , adivinhem baseado em que ? Numa capa da elenco !
Até hoje acho estas capas geniais. No japão elas são veneradas.